domingo, 27 de maio de 2007

Opus Um

Vista geral
Rui Rocha
Patricia Moutinho
Monica Santos
José Quintanilha
António Faria
Ana Cardoso O animo geral
Pins do Partes
Em Opus Um "Amantes da Celeste" participaram: Ana Cardoso Antonio Faria Jose Quintanilha Monica Santos Patricia Moutinho Rui Rocha

terça-feira, 22 de maio de 2007

Projecto Amantes da Celeste

O primeiro projecto do grupo PARTES consiste em intervenções artísticas em jardins públicos, de forma a dar notoriedade de actividades artísticas à população residente e flutuante. Conseguindo assim a animação cultural de um espaço público que tem vindo a perder importância na vida das populações locais. Este projecto inicia-se já em Maio dia 27 Domingo, no jardim do Largo Frei Heitor Pinto (frente à igreja de Alvalade). Durante todo o dia o jardim será intervencionado por vários artistas. ANA CARDOSO Neurose Urbana Sexta-feira,20 horas, 2ª Circular A rádio dá as notícias caóticas do trânsito 5 pessoas respiram e falam em compassos alternados, como todos os fins de semana correm sem andar para a casinha que compraram nos arredores de Santarém Sinfonia de buzinas gerida pela loucura frenética do sair da cidade para um fim de semana de ar “puro” Domingo, 16 horas, A1 Chove, tal como choveu todo o fim de semana. As crianças gritam no banco de trás impacientes de horas fechadas no tempo cinzento. A promessa verde, os jogos e brincadeiras fora da cidade voaram em lamentações de um temporal inesperado. A mãe dorme perdida no cansaço de quem não descansa enquanto pensa em descansar. Para trás ficaram as camas feitas, a cozinha arrumada e as janelas fechadas até ao fim de semana seguinte. Os carros deslizam como lesmas em dia de chuva, o rádio intercala resultados desportivos com notícias de trânsito deprimente. Estão de regresso e ainda não se vê a portagem. Estão de regresso e as crianças tem escola no dia seguinte, estão de regresso e ainda não tomaram banho, estão de regresso e ainda tem de jantar, estão de regresso à poluição urbana sem usufruirem do ar puro para o qual quase não tiveram tempo. Estão de regresso mas acreditam que foi um fim de semana bem passado no campo. As crianças gritam, a chuva caí, a mãe dormita e os faróis seguem em procissão acompanhados de pensamentos de solidão verde RUI ROCHA Sombras de Jardim Já fui o miúdo que brincava ao pião no meio do jardim nos dias e nas tardes dessa minha infância. O jardim onde passava a maior parte do tempo era a minha casa, a casa em cima da árvore. Ele era o ponto de encontro de todas as gerações. Foi lá que aprendi a jogar à bola com todos os miúdos do meu bairro. Esses jardins eram mais que um espaço exterior às nossas casas, eram o seu prolongamento. Quantas vezes as nossas mães ao perguntarem por nós já sabiam a resposta – Onde está ele? Certamente no jardim. E ao fim do dia, quando o sol se punha, chegava a hora de voltar, com a certeza que no dia seguinte lá estávamos de novo. Mais tarde, era para o jardim que fugia, que me escondia e lá gozava o prazer de estar só a ler um livro ou a ver o mundo a passar. Quando chegou o momento da descoberta do primeiro amor, foi no mesmo jardim de sempre que comecei a desvendar segredos… E que melhor lugar para desvendar segredos que um lugar cheio de poesia, como uma tarde de sol debaixo daquela arvore onde gravávamos os nossos nomes pensando que seria para sempre. O cheiro das flores na primavera e a música que os pássaros até nós traziam, todo este encanto só no jardim seria possível. Com o passar do tempo deixei de frequentar tanto os jardins da minha infância, hoje, com tempo de sobra é para lá que volto sempre diariamente. Ele voltou a ser o meu quarto, a minha sala…a minha vida… E aqui fico olhando para ele… Está diferente, mais arrumadinho, mas mais só, tal como eu. Ainda lá está a arvore onde escrevi os nossos nomes, mas eles já não lá estão, são outros, de outras gentes. Vejo crianças que pouco têm a ver com as da minha infância, cheias de marcas e tecnologias, mas sós. Os velhos, como eu, que conversam, de que falam? Certamente desses, os outros, “jardins que não eram proibidos” e onde qualquer um podia entrar, sair é que era quase impossível… Guardo em mim as memórias desses verdes dias cheios de luz passados no jardim, em mim haverá sempre um jardim ideal onde possa estar sempre que quiser… José António Quintanilha o nosso lugar o destino da natureza está grande parte das vezes sujeito aos critérios de uns quaisquer cretinos que se intitulam como políticos. acham-se donos de tudo que os rodeia e usam-no num despautério jogo pervertido pelo poder. árvores, o que é isso de produção de O2 ??? o CO2 está mais na moda. verde, que cor estranha, muita gente nem do sporting é..... laranja, rosa, vermelho entre outras, que cores são? não são de certo coisas de HOMEM, mais parece coisas de maricas. madeira, papel e outros afins são elementos de desejo/fetiche, mas a destruição está implícita nos objectos que iludem os nossos prazeres. uma árvore vestida de papel impresso. objecto metamórfico. cobrem-se como os HUMANOS se cobrem. Humanos cobrem-se para se protegerem ou projectarem-se. árvores cobrem-se com o lixo que os Humanos produzem. sento-me à espera que passe. tudo que se passa, passa-nos ao lado. a nossa razão dilui-se no ar. somos inertes, servos de uma vontade alheia. cadeira. objecto que provoca o acto. reflexão, espera, espaço de memória. esperamos por um lugar. UM LUGAR NA VIDA 2007 16 maio 12:28 j-a-q

Chegou o PARTES

Assim se inicia um inovador projecto de actividades artísticas. O grupo PARTES vai desenvolver projectos de teor artístico por vários lugares e com várias temáticas, sempre com a principal preocupação da divulgação e intervenção artística. É um grupo formado na sua maioria por pessoas ligadas ao meio artístico que pretendem fazer um contributo da sua experiência à sociedade. O PARTES vai demonstrar que falta preencher um espaço no panorama artístico actual.