terça-feira, 17 de julho de 2007

Canção do vento

No meio da cidade... o jardim
...rodeado de ruas, onde o trânsito passa inclemente, exibindo o seu orgulho urbano, passam gentes , passam fumos por entre urgências primárias e o jardim observa na quietude dos dias a falta de tempo desses que correm para sitio nenhum.
Longe vão os tempos em que o jardim era passeio de família, era ponto de encontro onde se trocavam verbos amigáveis. Longe vão os tempos em que o namoro se escondia por entre árvores carregadas de romantismo. Longe vai o tempo em que se ouviam as cigarras e os trinados de habitantes de arvoredo.
- Senta-te nas minhas raízes - murmurou-lhe a árvore - e ouve a canção do vento...
E ela sentou-se porque sabia que assim teria de ser.
Ana Cardoso

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