domingo, 29 de julho de 2007
A RAIVA FOI MESMO URGENTE
"A RAIVA É URGENTE" foi o nome que o Faria deu à sua peça instalada faz hoje uma semana, no jardim da Praça de Londres. Obra artística que cumpriu a sua função e que fez juz ao nome atribuído até quinta-feira passada, assim como, a que eu realizei com o nome de "DRESS CODE".
Mas tenho que dar a mão à palmatória e começo a pensar que as criações do Faria são premeditações.
O POVINHO mostrou mesmo a sua raiva, fez desaparecer todas as obras artísticas que foram criadas para aquele espaço. Sou de opinião que esse POVINHO deveria de mostrar mais a sua raiva através da prática da AUTO-FLAGELAÇÃO. Era mais útil para para eles e conseguiam, dessa forma, ter mais prazer e realizarem-se pessoalmente, do que fazer sumir "inocentes" obras artísticas que os fazem pensar, coisa rara nessa espécie de animais, e questionam a sua existência. Existência essa que devia ser extinta, já que tantas outras espécies tiveram esse infeliz destino e nunca fizerem nada para o merecerem.
Mas infelizmente o nosso país estás cada vez mais pobre e nós lá teremos que viver diariamente com esses parasitas. GENTINHA como esta não deveria chegar de ter a oportunidade de respirar o ar que todos os seres vivos respiram.
Tenho dito.
José António Quintanilha
segunda-feira, 23 de julho de 2007
domingo, 22 de julho de 2007
A RAIVA É URGENTE - António Faria
A raiva que não explode ... implode e deixa marcas tal como uma granada reparte-se em minúsculas partículas que se entranham e incorporam a pele...
são pequenos nadas do quotidiano que não saltam para fora no momento certo e se vão cravando nas entranhas do Ser.
RAIVA contida dentro do dique da compostura social, RAIVA guardada e controlada que agoniza na falta de espaço.
sexta-feira, 20 de julho de 2007
DRESS CODE
Figuras paradas.
Elas contam estórias do tempo que passa.
Estáticas, em triângulo, como se estivessem à mesa de um café.
Falam mas não as conseguimos ouvir.
É um código.
Sentem o tempo.
E querem contar o que sentem mas não conseguem.
Quase que não são vistas por quem ali passa.
Elas querem chamar a atenção, mas não podem.
São devotas ao seu código de silêncio
Não lhes deram o poder de falar.
São rainhas daquele espaço.
Reinam perante o que sabem e o que vêm.
O que escutam é o que conseguem roubar aos que passam ou aos que se quedam.
Tornam-se as domésticas daquele espaço invadido por dejectos, objectos e animais.
Elas sustentam os códigos dos homens.
Os homens que imperam num sistema incompleto.
Homens que sangram.
Que escondem o seu íntimo mas que elas o expõem.
José António Quintanilha
terça-feira, 17 de julho de 2007
Canção do vento
No meio da cidade... o jardim
...rodeado de ruas, onde o trânsito passa inclemente, exibindo o seu orgulho urbano, passam gentes , passam fumos por entre urgências primárias e o jardim observa na quietude dos dias a falta de tempo desses que correm para sitio nenhum.
Longe vão os tempos em que o jardim era passeio de família, era ponto de encontro onde se trocavam verbos amigáveis. Longe vão os tempos em que o namoro se escondia por entre árvores carregadas de romantismo. Longe vai o tempo em que se ouviam as cigarras e os trinados de habitantes de arvoredo.
- Senta-te nas minhas raízes - murmurou-lhe a árvore - e ouve a canção do vento...
E ela sentou-se porque sabia que assim teria de ser.
Ana Cardoso
Quem é a Cristina....
em primeiro lugar fica o currículo do "ser", talvez apenas este devesse constar aqui como referência à Cristina enquanto pessoa mas há sempre quem prefira saber o que fez a Cristina porque precisa de relacionar a obra actual com trabalhos passados saltando por cima da alma e dando preferência ao concreto e por isso aqui constam os dois para contentar as curiosidades dos gregos e dos troianos...
(...)
Qualquer que seja o tempo vivido
um currículo deve ser curto
Pede-se que seja sucinto, baseado em factos concretos
Substituam-se as paisagens por endereços
e as recordações vagas por datas rigorosas
De todos os amores, mencionar apenas o conjugal.
E de todos os filhos, só os que nasceram
Quem te conhece é mais importante do que quem tu conheces
Viagens, só a outras terras
Membros de, mas sem explicar porquê
Honrarias sim, mas não como foram ganhas
Escreve como se nunca tivesses falado a ti próprio
e sempre mantendo-te à distância
Não menciones os teus cães, gatos, pássaros
as ninharias, os amigos e os sonhos
O preço sim, o valor não
O título, não o que significa
O tamanho do sapato, não para onde ele leva
aquele a quem fazes passar por ti próprio
Junta uma fotografia que mostre uma orelha
o que importa é a forma, não o que ouve
Aliás o que há para ouvir?
O ruído da máquina a trilhar o papel
Wislawa Szymborska
CV
formação artística
Ar.Co - frequência do curso de Desenho
Fundação Ricardo Espírito Santo - curso de Pintura - imitação de materiais
Sociedade Nacional de Belas Artes - curso de História de Arte Contemporânea e curso de Pintura, tendo sido convidada a frequentar o Atelier Livre
Oxford University - curso online, "Learning to Look at Visual Arts"
exposições colectivas
Julho 2007 - exposição de final de ano na SNBA, em Lisboa
Março 2007 - "Cidade", Convento dos Cardaes, em Lisboa
Dezembro 2006 - "Dissemelhanças", Palácio da Independência, em Lisboa
Julho 2006 - exposição de final de ano na SNBA, em Lisboa
Junho 2006 - "Vacamões", na CowParade Lisboa
Outubro 2005 - "30 obras, 30 artistas", casa do Artista, em Lisboa
Julho 2005 - exposição de final de ano na SNBA, em Lisboa
Julho 2004 - exposição de final de ano na SNBA, em Lisboa
Exposições Individuais
Maio 2007 - "O silêncio das coisas", galeria da Junta de Freguesia de S.João de Brito, em Lisboa
Não bebo café, mas gosto perdidamente de chá.
Opus II - Amantes da Celeste no próximo dia 21 de Julho
Jardim Norte da Praça de Londres é o local onde se vai dar a próxima actividade do
P A R T E S.
Neste jardim e com o apoio da Junta de Freguesia de S. João de Deus vão estar:
José Quintanilha
Ana Cardoso
António Faria
Cristina D'Eça Leal
e
Rui Rocha
criando instalações ao ar livre tentando que os passeantes e fregueses descubram as intervenções e com elas o jardim.
Pelas 11 da manhã começam a chegar o intervenientes com o material necessário à realização de cada peça e por aí estarão até que todas as peças devidamente identificadas estejam concluídas.
As peças ficaram no jardim durante uma semana sujeitas à apreciação pública e também à intervenção de quem passa e serão recolhidas no fim de semana seguinte.
Aqui fica o convite para todos os que conhecem este blog participarem vendo e dando as opiniões que acharem por bem... gostaríamos de obter registo das sensações e críticas construtivas para podermos melhorar cada intervenção na medida do possível.
segunda-feira, 9 de julho de 2007
Opus Dois
O grupo Partes, partiu rumo a novos desafios.
Desta vez e para o futuro, abrimos a porta e vamos em busca de novos lugares e outras aventuras. O sonho comanda a vida e vivendo vamos sonhando...
. Projectos Participantes
Rui Rocha
Paraíso:Natureza morta
.
Como habitualmente…
Sentados debaixo daquela árvore, a mesma de sempre.
Abraçados como de costume, com os olhos fixos no infinito, silenciados pelo passar dos dias.
Sonham com tudo o que têm, a abundância total.
A beleza harmoniosa; cega-os.
A facilidade de uma existência conjugal simplificada; desmotiva-os.
A perfeição de ambos; banaliza-os.
Os intervalos comunicacionais aumentam drasticamente,
a troca de afecto escasseia, os olhares já não se cruzam,
as mãos ainda se prendem, como prenuncio do desmoronamento anunciado.
É o descobrir da perfeição imperfeita, toda a perfeição é caótica.
A perfeição não cria dinâmica, não provoca dúvidas e portanto não cria inovação na procura de novas soluções.
A perfeição é por natureza a contradição da existência humana, ela representa sempre o principio do fim. Toda a existência perfeita é considerada acabada, iniciando-se assim imediatamente o seu processo de autodestruição.
A perfeição não é portanto sinónimo de felicidade…
Por vezes a vida está presa por um fio, quando ele se parte, volta tudo ao grau zero.
Aí o melhor, é dar convictamente uma forte dentada na maçã e começar tudo de novo.
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